Assim que o nome de Francisca Queiroz foi cogitado para interpretar a delegada Catarina em A Lei e o Crime, a emissora começou a dar para trás. A atriz conta que, no início, poucos acreditavam que ela poderia convencer nas cenas de ação do seriado, que estréia no próximo dia 5.
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Decidida a conseguir o papel, Francisca mostrou tanto interesse em pegar o trabalho que pediu então para ser testada e, assim, mostrar que era capaz. E, pelo visto, deu certo. "No primeiro instante que li sobre a personagem, sabia que ficaria com a vaga. Não tinha como ser diferente", gaba-se ela, que vive na história uma mulher rica que, ao ver o pai ser assassinado, estuda e passa no concurso para se tornar delegada.
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A vontade de discutir na TV os limites entre a Justiça e a lei do tráfico não veio à toa. A atriz, de apenas 29 anos, já se diz cansada de interpretar tipos óbvios e clichês em telenovelas e se entusiasmou com o fato de encarnar uma mulher cujo conflito principal não é amoroso.
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"Chega de fazer a que sofre ou faz sofrer por amor, a que passa a novela inteira correndo atrás de um homem que não a quer. Ah, espera um pouquinho, né?", ironiza ela, que coincidentemente viveu a dissimulada Alexandra, antagonista de Amor e Intrigas, também na Record. Na trama, que se encerrou em julho passado, sua personagem passou boa parte dos capítulos tentando reconquistar o mocinho Felipe, de Luciano Szafir.
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Feitos os dois testes e aprovada para o papel, Francisca começou a bateria de aulas que Catarina demandava. E experimentou, assim, dois extremos de seu novo trabalho. Como Catarina começa a trama como uma "socialite" sem grandes preocupações, seu hobby favorito é jogar golfe.
"Uma realidade completamente diferente da minha", compara, tentando mostrar que não é tão "chique" quanto sua personagem.
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E, da prática do esporte, sai direto para as lições mais difíceis ¿ e que devem ser mais necessárias ao longo da série. "Ainda faço aulas de tiros e de expressão corporal.Tento ser o mais realista possível, para que o público veja e acredite que está vendo uma delegada", exagera.
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Além de fugir dos clichês dos romances folhetinescos, A Lei e o Crime chamou a atenção de Francisca por abordar temas que há tempos ela buscava em seus papéis. Criada em Campinas, Francisca mora sozinha no Rio e afirma se assustar com a violência das grandes cidades.
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E, como a história da série se passa na capital carioca, há mais de dois meses que a atriz faz questão de ler todas as páginas policiais dos jornais da cidade. "A idéia não é fazer uma crítica social, mas é inevitável propor uma reflexão. O que gravamos é um reflexo do que acontece dentro de várias comunidades carentes", opina.
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Para tentar convencer como delegada, Francisca ainda visitou uma delegacia de polícia comandada por uma mulher. Além de analisar o comportamento das pessoas e o ambiente, a atriz aproveitou para dar uma volta de carro com os policiais.
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E, segundo ela, foi assim que conseguiu entender como esses profissionais lidam com o perigo diário de enfrentar bandidos fortemente armados. "Perguntei para um oficial do Batalhão de Operações Especiais da PM (BOPE) como era trabalhar ali e ele disse que era um carnaval constante. E é isso mesmo, o medo dá lugar à adrenalina e à tensão", analisa.
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Presa à série até meados de abril, quando acabam as gravações, Francisca não sabe se, no caso de uma segunda temporada, sua personagem poderia voltar a aparecer. Mas torce para poder, depois de descansar um pouco, voltar a participar de projetos como A Lei e o Crime.
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"Adoro os seriados americanos e acho que eles têm o tom ideal para a TV. O Brasil faz novelas tão bem, pode começar a se especializar nessa linha de produção também", torce.
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A Lei e o Crime - Estréia dia 5 de janeiro, às 23h15min, na Record.
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Altos e baixos
Francisca estreou timidamente na TV em 2001, quando emendou a minissérie Os Maias, na Globo, com seu primeiro contrato na Record, para fazer a apagada Roda da Vida. Já no ano seguinte, migrou para o SBT e marcou presença em Marisol. Mas seu primeiro papel de destaque foi em Agora É que São Elas, em 2003, da Globo, encarnando a esquentada Sol na trama de Ricardo Linhares. "Muitos falavam que era uma vilã, mas eu não enxergava dessa forma. Ela era muito humanizada", recorda.
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Sem novas oportunidades na Globo, Francisca foi uma das pessoas que passaram pela desastrosa Metamorphoses, da Record, em 2004. Na época, o baixo índice de audiência antecipou o final da novela. Depois de algumas participações em programas da Globo, a atriz finalmente faturou um papel fixo na temporada de 2006 de Malhação, quando interpretou a cadeirante Victória, que jogava basquete. "Foi um exercício e tanto", elogia ela, que tem contrato com a Record até 2011.
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Instantâneas
# Antes de estrear como atriz na TV, Francisca trabalhou como modelo e chegou a fazer carreira fora do Brasil. "Foi bom, pude conhecer diversos lugares naquela época", minimiza.
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# Francisca começou a estudar teatro aos 14 anos e sempre teve certeza de que queria ser atriz.
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# Quando fechou contrato com a Globo para entrar em Malhação, Francisca já estava nos planos da Record. Ela era a escolhida para interpretar a sensual Renée em Cidadão Brasileiro, papel que acabou ficando com Danni Carlos.
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# Em sua última novela, Amor e Intrigas, Francisca chamou a atenção da autora estreante Gisele Joras. Tanto que, ao longo da trama, a personagem cresceu além do esperado e fez um par romântico divertido com Cláudio Gabriel, que interpretava o malandro Jurandir.
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Imagem: Rede Record / Fonte: TERRA
quinta-feira, 1 de janeiro de 2009
Atriz supera desconfiança da Record e ganha papel em série ''A Lei e o Crime''
Postado por
BRAZIL
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09:10:00
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