Para Carlos Bonow, quanto mais surpreendente for um personagem, melhor. Tanto que o ator ficou animadíssimo quando soube que Baruel, seu papel em "Poder Paralelo", da Record, se tornaria um mafioso na trama de Lauro César Muniz. Uma virada para lá de radical. Afinal, no início da novela, Bonow acreditava que encararia um chefe de reportagem engajado na luta para derrubar a máfia. "Não fazia ideia. Para mim, foi uma surpresa quando li na sinopse que o Baruel se tornaria um bandido", recorda. "Enriqueceu meu personagem", acrescenta.
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O que faz o trabalho de composição ficar ainda mais instigante é o fato de que, na história, o personagem não é apenas um mafioso sem escrúpulos, pura e simplesmente. Baruel é apaixonado pela jornalista Lígia, vivida por Miriam Freeland, de quem já foi noivo, e que, volta e meia, desperta nele um ciúme doentio. Afinal, ela é casada com Tony Castelamare, de Gabriel Braga Nunes, um suposto membro da máfia em quem o chefe de reportagem fica de olho para depois passar as informações para o vilão Bruno, de Marcelo Serrado. "Para mim, é muito claro que meu personagem gosta realmente da Lígia. Eu levo a novela assim desde o início", ressalta. Mas ao saber da mudança de caráter do papel, Bonow precisou mudar sua atitude em cena, principalmente em relação aos olhares e à respiração. "Quando Baruel está com a Lígia, faço ele de um jeito. Quando está na máfia, faço de outro. Mas, quando ele mente para ela, trago a postura de quando está com Bruno", explica.
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O universo da máfia também é um ponto a favor para Bonow. Tanto que ele adora assistir a filmes sobre o assunto. "Até comentei com o Ignácio Coqueiro que já vi milhões", conta, referindo-se ao diretor de "Poder Paralelo". E quando foi convidado para a novela, o ator leu "Honra ou Vendetta", de Sílvio Lancellotti, livro que serviu de inspiração para a trama. Bonow, que considera a máfia um tema fascinante, acredita que o público, tão acostumado ao formato de folhetim padrão - envolvendo um mocinho, uma mocinha e um vilão - comprou a história. "Não tenho dúvidas de que falar sobre isso foi um atrativo. Vejo pelo retorno nas ruas, com os amigos e com minha família", analisa.
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Mas, se as cenas são dotadas de uma atmosfera de tensão constante, nos bastidores a realidade é bem diferente. "O clima na coxia é o mais leve possível", garante. Ainda mais porque, segundo Bonow, o elenco não poderia estar mais entrosado. O que ainda contribui para essa harmonia é a experiência de muitos atores e a qualidade do texto de Lauro César Muniz. "Não precisamos ficar pensando em como resolver a cena. Apenas falamos o texto, tentando não perder as linhas, as vírgulas e as pausas. O Lauro escreve de maneira muito sugestiva", elogia.
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Não foi sempre que Bonow encarou papéis densos como o Baruel. Na verdade, o ator coleciona um grande número de trabalhos cômicos na tevê. Para ele, o mais marcante foi o Edmilson de "Pé na Jaca", exibida pela Globo em 2006. "Era um personagem que tinha um bom coração e caiu no gosto popular", lembra Bonow, que interpretou o Hector de "Bang Bang", o Pablo de "Kubanacan" e o Marcão da temporada de 2002 de "Malhação", entre outros personagens. Em 2007, o ator foi convidado para assinar contrato com a Record e viver o Luciano de "Amor e Intrigas". A mudança de emissora, no entanto, aconteceu de maneira tranquila. "Já conhecia a maioria das pessoas que estavam ali. Quando você é bem acolhido e bem tratado por todos, você se sente confortável", ressalta.
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Com 17 anos de carreira, Bonow teve a oportunidade de se aventurar, esse ano, em um outro lado: o da direção teatral. A estreia na nova função aconteceu com a peça "O Amor Passou Por Aqui", que ficou em cartaz no Teatro Casa da Gávea, na Zona Sul do Rio de Janeiro, e deve voltar aos palcos em janeiro. "Adorei a experiência. Passei a entender melhor o trabalho do diretor", reconhece ele, que está no elenco do longa "O Casamento de Gorete", com direção de Paulo Vespúcio e produção de Letícia Spiller. "A gente começa a filmar no primeiro semestre do ano que vem", avisa.
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Imagem: Rede Record / Fonte: UOL
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
"Enriqueceu meu personagem", diz Carlos Bonow sobre a máfia em "Poder Paralelo"
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BRAZIL
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09:20:00
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